domingo, 5 de julho de 2015

De Março até começo de Maio

Olá amiguinhos!

Já tem tempo que não publico nada por aqui e vários acontecimentos já estão acumulados para uma só publicação. Por isso vou fazer duas publicações diferentes, assim ninguém se cansa muito lendo uma só publicação. A última vez que escrevi eu ainda estava nas férias de inverno daqui, e ainda deu tempo de conhecer alguns lugares legais.
Escrevo então, especialmente hoje, que faz onze meses que cheguei em Dresden.

Londres – Inglaterra

Entendam que eu não tinha mais grandes disponibilidades de tempo e de dinheiro antes de qualquer julgamento, mas acreditem: meu passeio por Londres teve a duração de um dia completo, pois cheguei muito tarde no dia anterior e fui embora bem cedo no dia seguinte. Mesmo assim, deu para fazer bastante coisa, mais do que eu esperava. Ainda mais, tive a sorte de ter um dia totalmente azul para o meu passeio, coisa bem rara em Londres. O meu tour foi praticamente feito todo a pé, e foi o tempo de andar por vários monumentos das cidades, como o Big Ben, a London Eye, a prefeitura de Londres, Tower Bridge – e ainda sentar e relaxar no The Regent’s Park e no Hyde Park. Eu não planejava isso, mas ainda tive a sorte de assistir à troca da guarda real no palácio de Buckingham. Estava ali bem perto andando e coincidiu estar perto da hora, daí só fiquei ali esperando um pouco e assisti.
A atmosfera de Londres é total de cidade grande. As pessoas não param um segundo, as coisas correm. Se você vê alguém tranquilo, andando lentamente e admirando as coisas, provavelmente trata-se de um turista. Bem no final do dia eu peguei uma linha de metrô que levava às redondezas do hostel que eu estava ficando. Eu estava tão cansado que cheguei a cochilar no trajeto. Mas não era bem isso que eu ia dizer: no caminho para a estação de metrô, eu me deparei com o céu de Londres numa cor surrealmente linda, ainda deixando mais nítido os desenhos dos arranha-céus. O que era mais chocante é que as pessoas andavam loucamente sem nem se preocupar com isso. Já eu fui diminuindo meu passo lentamente, até a hora que encostei num cantinho onde não passava ninguém, me sentei e fiquei olhando aquilo por uns 15 minutos.
Passado o episódio do cochilo no metrô, cheguei no hostel, liguei a internet, fiz uma comunicação de uns 5 minutos com meu irmão pra dizer que estava tudo bem e simplesmente caí na cama e dormi loucamente.

Me disseram que fui abençoado por ter esse tempo ensolarado. Dizem que é muito raro sol assim, em março, em Londres.













Rotterdam – Holanda

De Londres peguei um vôo até Eindhoven, na Holanda. Lá encontrei o Filipe e pegamos um trem para Rotterdam. Para ser bem sincero, eu não tinha pesquisado nada sobre Rotterdam. O Filipe almejava conhecer as casas cúbicas e tinha reservado “um hostel perto das casas cúbicas”. Ele me convidou para ir junto e eu pensei que poderia ser uma oportunidade interessante de conhecer um lugar diferente. Bom, eu nem sabia como era a cidade e agora posso vos afirmar que é uma cidade muito interessante. Ela meio que parece uma grande exposição de Arquitetura e Design, visto que a cidade tem muitos prédios bem estilosos e inovadores. Quando chegamos lá, o hostel que era para ser, teoricamente, perto das casas cúbicas, era na verdade “um dos cubos”, o que nos deixou bem eufóricos.
O Mercado de Rotterdam também é uma construção bem interessante que já tinha me chamado a atenção antes, pois ele foi um dos exemplos apresentados nas aulas de Urbanismo aqui na Alemanha. Para vocês verem: eu estava tão perdido e desinformado que eu nem sabia que eu estava indo para a cidade do mercado.
O povo de Rotterdam é bem na dele, tem um senso de humor agradável e sabem rir educadamente de situações bobas que nós, turistas, passamos. Não foram antipáticos em momento algum. Inclusive, enquanto passeávamos pela cidade, acabamos indo num parque onde estava tendo uma reunião de cachorros, e isso me deu uma saudade apertada do Kiko.

 Além de Filipe e Fernando, dá pra ver bem o teto do mercado nessa foto...


Danado no mercado













Estocolmo – Suécia (e o Stockholm Tap Festival)

Já em aula, tive que pedir para a professora que eu pudesse apresentar o trabalho na semana seguinte, pois na primeira semana de abril eu participaria do STOCKHOLM TAP FESTIVAL, em Estocolmo, na Suécia. Deixei Dresden no dia 31 de março, em que também foi o dia em que me despedi da Carem, pois ela voltou pra Florianópolis alguns dias depois (e deixou aqui comigo um monte de saudade). Pois bem, passei uma noite em Berlim na casa do Yuri e no dia seguinte peguei meu vôo para Estocolmo. Uma proposta um tanto fria, mas por uma excelente causa: participar do festival de sapateado de lá. Fiquei do dia 1º de abril até o dia 12, quando voltei para casa, e posso dizer para vocês, meus caros: foi o melhor investimento que eu poderia ter feito.
O STF seria mais ou menos um final de semana com várias Master Classes e eventos de sapateado como JAMs, Cutting Contest, Espetáculo etc; e depois a semana de “residências”, onde a gente escolhe uma proposta de um professor e trabalha especificamente ela durante a semana. O festival ainda ofereceu, para quem ia fazer os cursos, a possibilidade de ficar no alojamento (que nada mais era que uma escola de dança). Sim, eu acampei na sala de dança. Levei junto colchão de ar, roupa de cama e essas coisas. Para ser bem sincero, foi uma excelente ideia, porque fiz vários amigos de vários lugares do mundo e ainda economizei uma grana. E QUE GRANA! Estocolmo é uma cidade absurdamente cara, onde até as coisas no supermercado são caras!
A princípio eu pensei que eu ficaria totalmente sozinho lá, mas isso não aconteceu, porque: 1. O Renato, meu amigo sapateador do Rio de Janeiro, também foi para o festival porque ele ganhou bolsa! 2. Todas as pessoas foram extremamente gentis, simpáticas e acessíveis. Não é por nada, mas geralmente as pessoas da dança são assim. É aquela velha história: quem dança é feliz.
Contamos com aulas de professores muito bons, como Sam Weber, Jason Janas, Joseph Wiggan, Sarah Reich, Heather Cornell, Jason Samuels Smith e outros nomes fortes do sapateado internacional. Eu não sei medir o quão inspirador foi ter essa experiência. Ter a possibilidade de fazer aula com grandes mestres da atualidade, conhecer muitas pessoas talentosas de universos que não se resumem a Estados Unidos e Brasil (que era o contato que eu tivera até então), poder participar de um festival que é considerado um dos maiores do mundo. Saí dessa história totalmente renovado, com energias novas para investir no que gosto. O que pensei foi que, além de voltar ao Brasil com uma experiência na área de Arquitetura, eu ainda vou poder contribuir com a dança, que eu acredito ser tão importante quanto. Já tinha cogitado participar desse festival algum dia, mas este estava bem distante no meu calendário, pois não é tão fácil assim ir até a Suécia. Estando aqui perto, foi um sonho que se tornou realidade.

Eis alguns amigos que conheci em Stockholm. Todos sapateadores, da França, Bolívia, Polônia e Suíça (e eu e o Renato).

















Praga – República Tcheca (revisitada)

Sim, mais uma visita a Praga. Dessa vez, acompanhada dos meus queridos Barbosa e Yuri. Ambos ainda não tinham visitado a capital tcheca, e pelo fato desta ser a mais ou menos 2h de Dresden (de ônibus), eles aproveitaram o feriado de 1º de maio e vieram até aqui. Fomos juntos visitar o outro país. Como já disse a vocês, podemos visitar uma cidade mil vezes, sempre aprenderemos algo novo (mesmo porque elas estão em constante mudança). Essa nossa visita só confirmou a minha teoria. Dessa vez, a grande novidade foi a “casa dançante” (The Dancing House), do arquiteto tcheco-croata Vlado Milunić. Dizem que é um prédio de escritório apenas. Compartilho uma foto com vocês!
Poucas foram as vezes em que comi na rede de fast food Kentucky Fried Chicken. Na verdade, eu nem me lembrava da última vez em que eu tinha comido no KFC. Pois dessa vez propus que fôssemos lá e comêssemos um balde de frangos. Passamos mal.
Também posso dizer que foram poucas as vezes que eu dancei com alguma banda de jazz no meio da rua. Aproveitei a oportunidade em Praga e, desde então, isso tem se tornado um hábito. 
 













Um brinde de franguinhos do KFC. Eis que surge nosso enjôo depois.

















Sächsische Tour – Sächsische Schweiz

Dando continuidade a bela Saxônia, dessa vez conheci a Sächsische Schweiz, conhecida também como “Suíça da Saxônia” ou “Suíça Saxã”. Conhecemos, na verdade. Yuri e Barbosa me acompanharam nessa jornada, juntamente do nosso querido Caetano, também de Florianópolis. Caros leitores, vos afirmo que foi um passeio do qual não esperávamos tanta coisa divertida. Além de uma paisagem deslumbrante e de muitas flores colorindo o cenário, realizamos algumas trilhas subindo as montanhas de arenito e ainda andamos de pedalinho e de barco a remo. A temperatura já era agradável, o frio não afetava mais tanto e tivemos a sorte de pegar um belo dia. Pudemos desfrutar de sorvetes e outras coisinhas do tipo.
 
Meus caros amigos, fico por aqui hoje. Falei um pouco do que ocorreu em março, abril e começo de maio já. Na próxima publicação faço mais considerações do que aconteceu até agora em julho. O verão chegou, e chegou com muita força! Estamos circulando entre temperaturas de 26ºC (de noite) até 37ºC (de dia). Acho que nunca valorizei tanto um ventilador ou um ar condicionado.
Ao mesmo tempo, uma pequena consideração sobre esses onze meses que passaram. Para alguém que tinha dificuldade em passar uma semana fora de casa, isso foi uma grande vitória. Para quem tinha medo de perguntar se podia trocar um produto numa loja, isso foi uma grande vitória. Para quem achava que sabia de tudo, isso foi uma grande vitória. Para quem tinha falta de confiança muitas vezes, isso foi uma grande vitória. Não! Nenhum desses problemas está resolvido, mas eu já aprendi muita coisa nova para lidar com todos eles. Tiveram dias muito bons. Tiveram dias que eu pensei em me mudar para cá no futuro. Tiveram dias muito ruins. Tiveram dias que eu chorei muito e pensei em jogar tudo pro alto e voltar para casa. Mas em TODOS esses dias eu senti que muitas coisas foram se fortalecendo dentro de mim. Em todos eles eu guardei a saudade num cantinho do meu coração, porque ela sempre esteve presente. Em muitos deles, a solidão bateu com força, mas eu sabia que do outro do lado do oceano tem pessoas que gostam de mim, se preocupam comigo e pensam em mim.
Já tem quase um aninho que eu estou aqui e logo é a hora de voltar. Daí mais um choque, uma provável confusão de sentimentos, surpresas e decepções e assim vamos tocando a nossa vida!

Com carinho para todos vocês, que se prestaram a ler todo o blog até este ponto. Beijos e abraços suados da Saxônia,


Fernando (AKA Salsicha, AKA el coyote)





















quinta-feira, 5 de março de 2015

Aventuras e mais aventuras

Olá amiguinhos!

Como vos disse semana passada, a “próxima publicação seria feita em breve”. Pois bem, aqui estamos. Nessa publicação eu vou contar um pouco das viagenzinhas que eu fiz nesse último mês que tive férias, creio que alguns de vocês devem estar interessados em saber. Pois então, vamos lá!

















Praga – República Tcheca

Depois da França, o segundo país que visitei foi a República Tcheca, pois a capital Praga fica a 2h de ônibus daqui de Dresden. A visita foi realizada dia 7 de fevereiro com o pai e a mãe. Nossa chegada na capital tcheca se deu um pouco confusa, visto que não dominávamos muito bem o mapa da cidade. Chegamos na estação de ônibus e logo fomos tentar encontrar uma orientação, mas todas as placas estavam em tcheco. Se um dia eu achei alemão “nada a ver com a vida” e “difícil”, é porque eu ainda não conhecia o tcheco. Tentávamos seguir as plaquinhas de “Centrum”, pois acho que essa é a palavra mais próxima da nossa língua que eles tinham.
Pois bem, andando um tanto, tentávamos nos aproximar da chamada “A Zona do Agrião” (que, para aqueles que não sabem, vem a ser zonas de mais movimento na cidade). Eis que então chegamos à Praça da “Cidade Velha”. Ainda era cedo e as pessoas estavam começando a se mexer na cidade. Dali, fomos ao Castelo de Praga e vimos a Catedral de São Vito.
Também em Praga, em meio às nossas (an)danças, paramos em uma espécie de parque (que não sabemos bem qual era) para fazer um pequeno piquenique. Comemos os nossos sanduíches, uns chocolates e amendoins que preparamos antes de viajar.
Praga é uma cidade muito amigável e o fato de eu poder, no mesmo dia, sair e voltar ao país que eu estou morando me deixou um pouco confuso. É legal também que, mesmo que não tenham muitas placas em inglês, boa parte dos tchecos falam inglês e isso nos ajuda na hora de pedir informações ou somente um cafezinho. Presenciamos também, perto da hora de ir embora, na praça da cidade velha, uma espécie de carnaval tcheco, mas posso dizer que é meio sem graça se compararmos à farra que é no Brasil.

Eu, mãe e um ar de futuro próspero!
Eu, pai e um ar de "compras bem sucedidas" - mesmo que a gente não tivesse comprado nada.












Eu bem danado em Praga














Viena – Áustria

Na verdade, revisitada depois de 12 anos e alguns meses. Quando eu estava na segunda série (isso significa, 2002), eu fazia parte do Coral do Colégio de Aplicação, e nós tivemos a incrível oportunidade de viajar para Viena para apresentar as músicas do Brasil e o teatro do Boi-de-Mamão em um evento grande da ONU (até hoje nunca entendi muito bem o que foi aquilo, só sei que fui!). Mais de uma década depois e lá estava eu, pisando nas terras austríacas.
Em Viena, na verdade, me encontrei com o meu amigo Ricardo, que estava dando uns “rolés” pela Europa e acabamos combinando de viajar por alguns países. O que eu não esperava era encontra-lo num café absurdamente fino, com várias pessoas de terno e gravata, enquanto eu estava com aquela roupa de viagem, aquela mochila gigantesca nas costas e aquela cara de “virei a noite dentro de um ônibus”. Depois disso, demos risada da situação, mas confesso que na hora fiquei meio desconfortável.


Eu me lembrava claramente de dois pontos de Viena, além do albergue que ficamos em 2002: o Palácio de Schönbrunn e a Stephansdom (Catedral de São Estêvão). Ambas revisitadas agora em 2015. A grande novidade, dessa vez, foi a ida à Ópera de Viena (Staatsoper), onde pudemos degustar da apresentação de “O Lago dos Cisnes” (ou Schwanensee, em alemão – Swan Lake, em inglês). Não sou especialista em ballet, por isso acho tudo incrível e acho que todos os bailarinos são incrivelmente alongados e dançam lindamente.

O que eu não me lembrava da capital austríaca era da imensa simpatia das pessoas. Quero dizer, pude ver desta vez senhores e senhoras sorrindo nos metrôs, mesmo que várias criancinhas estivessem falando super alto, ou mesmo o atendimento em vários dos lugares que fomos. As pessoas conversavam com a gente na rua sem muitos problemas, quando perguntávamos alguma coisa. A cidade respira: inspira, expira; e até transpira música. É incrível como tudo gira em torno de Mozart, e eu acho que isso me fascinou bastante. Viena é sem dúvidas um lugar que quero voltar a visitar – não sei se ainda neste ano. Quem sabe daqui a mais 12 anos?

Intervalo de "O Lago dos Cisnes" - flagrado entre grandes amigas - die Omas :D




















Bratislava – Eslováquia

Bom, 1h de ônibus partindo de Viena e chegamos na chamada Bratislava, a capital da Eslováquia. Tudo relativamente “novo”, inclusive a cidade como capital, pois antigamente era “Tchecoslováquia” e a capital era Praga. Acho que a Eslováquia, como Eslováquia, tem praticamente a minha idade!
A visita foi curta, apenas passamos uma tarde na capital eslovaca, e pudemos passar pelo Castelo de Bratislava, pelo Teatro Nacional e ainda ver algo curioso: as pessoas lá gostam de fazer estátuas meio aleatórias, sem ser aquelas homenageando algum militar ou político importante. Pois bem, conferimos algumas das estátuas.

Duas pequenas coisas que notei foram: 1- Em Bratislava, todo o lugar que entrávamos tocava uma série de músicas boas. Algo meio Soul/R&B dos bons, que deixavam o momento sempre perfeito. 2- Os eslovacos me pareciam um pouco desconfiados cada vez que pedíamos alguma informação. Faziam uma expressão do tipo “tá legal, mas por que vocês estão aqui? Tipo, não tem nada para fazer em Bratislava!”. – De qualquer maneira, seja lá qual for o lugar, nós também tempos um pouco de responsabilidade por fazer dos momentos bons ou ruins.

De Bratislava íamos ao nosso próximo destino. O que esperávamos: um ônibus de empresa normal, tipo esses da “Catarinense”, que leva a gente de Florianópolis pra Itajaí ou Blumenau, com o mínimo de conforto. O que realmente aconteceu: fomos conduzidos por uma VAN da empresa (OrangeWays, para aqueles, que pensam em viajar com ela, pensarem duas vezes) com uma galera que falava um idioma estranho. De qualquer forma, fomos levados ao nosso próximo destino...

 Ainda sobre as estátuas de Bratislava. Interessantes, não é mesmo?























Budapeste – Hungria

Antes de mais nada, devo dizer que ficamos num hostel super simples mas muito amigável, onde os hóspedes e funcionários nos convidaram para como se fosse um “baile” de danças tipicamente húngaras, numa espécie de taverna. Levando em conta que estávamos em dois dançarinos, o convite era praticamente irrecusável, por mais exaustos que já estávamos de andar por Bratislava e tal. As danças húngaras são um tanto específicas. Pelo que eu percebi, a mulher reage bem “brutamente” às conduções dos homens, numa música 4/4, executada por um violino, uma viola e um baixo. Tinha ainda um momento onde os homens improvisavam quase que num diálogo com os músicos. Num desses momentos me sugeriram (quase que me forçaram na real) a ir ~dialogar~ com os músicos. Levando em conta que os dançarinos tinham certas percussões corporais durante a dança deles, lá fui eu mostrar o pouco que sei de percussão corporal, puxando depois para o meu querido sapateado. Sim! Posso dizer que improvisei numa música húngara, numa festa húngara, no meio de uma taverna em Budapeste! Infelizmente ninguém gravou vídeo ou bateu fotos, mas acreditem em mim: foi legal! Só pensei que não poderia deixar essa oportunidade passar.

Sem dúvidas Budapeste é um estouro com relação a belezas arquitetônicas e construções incríveis. O parlamento da cidade é, provavelmente, a construção que mais chama atenção e “massageia” os nossos olhos e a nossa alma.  A Basílica também é deslumbrante e deixa qualquer um de queixo caído e se sentindo uma formiga. Eu e o Ricardo subimos no “Fisherman’s Bastion”, também uma bela construção de lá, e tomamos um “cafezinho” desses finos (e caros), com uma vista maravilhosa do Danúbio, que vem a cortar, assim como Viena e Bratislava, a capital húngara. Ainda passeamos pelo mercado de Budapeste, bem como algumas feirinhas em certos pontos da cidade. O que ainda queríamos ter feito, mas a curta estadia não permitiu, foi uma visita a uma das termas que Budapeste abriga. Mas enfim, ao menos temos um motivo para voltar lá!
Pequenas observações: nem todos falam inglês em Budapeste, mas me espanta como eles nos ajudam falando tudo em húngaro e explicando tudo com carinho, mesmo que a gente não esteja entendendo nada. Algumas vezes tive a impressão de que o povo parecia sempre meio cansado ou, digamos que, conformados com a vida, como se já tivesse tudo acabado e não tivesse mais o que fazer.

Essa é na Basílica!





Baita vista de Budapeste, do morro da estátua da liberdade.















Típicos cafezinhos finos a la Koscialkowski - no Fisherman's Bastion























Cracóvia – Polônia

A mesma OrangeWays nos levou até Cracóvia, mas dessa vez num ônibus um pouco mais em condições, mas ainda assim longe de ser confortável (e saibam que eu nem sou exigente, é porque estava ruim mesmo!).
Cracóvia, cidade polonesa que, diz a lenda (o Ricardo, na verdade), foi construída em cima da carcaça de um dragão.
A praça do mercado foi logo o primeiro ponto que passamos no passeio, sendo a Igreja da Virgem Maria o que mais chama a atenção do lugar. O mercado é muito legal e tem uma porção de artesanatos bacanas. Devo mencionar que, até agora foi o local que eu encontrei caixinhas de música pelo preço mais acessível (algo em torno de 3,75 euros). Passamos pelo Castelo Real da Cracóvia. No “complexo” desse castelo tinha uma igreja, e nela estava enterrado o Papa João Paulo II. Como bem disse o Ricardo, provavelmente aquela foi a vez que mais “estive perto” de um papa.
Perto da Cracóvia também está localizado o maior campo de concentração da história, o chamado Auschwitz. Bom, nós visitamos. Não é uma visita agradável e nem sei se quero falar detalhes dela, mas acho que é importante e interessante que ao menos se tente fazer essa visita.
Observações de sempre: é INCRÍVEL como os poloneses, em sua maioria, são prestativos. Ao pedirmos informação para comprar um ticket, um rapaz que esperava a namorada na estação, além de nos dar dois tickets, só faltou levar a gente até a porta do hostel. As pessoas também falam inglês, em sua maioria, e se não falam, têm a mesma mania dos húngaros: falar tudo na língua deles, mas explicar tudo direitinho!


Este é Fernando, e depois de "Singing in the Rain" ele tem uma obsessão por postes.





















Praga – República Tcheca (revisitada)


Não sei se deveria falar muito mais da nossa visita a Praga. Visitamos as mesmas coisas, mais ou menos. O que eu acho importante colocar é que cada vez que visitamos um lugar, por mais frequente que seja, temos uma nova percepção dele. Dessa vez, apesar de ter me perdido novamente ao sair da estação de ônibus, as coisas pareciam fazer mais sentido e eu conseguia absorver alguns detalhes que, na primeira visita, eu não tinha sequer notado. 





Sächsische Tour – Altenberg

Após o tour por alguns países da Europa Oriental, Ricardo chegou a conhecer um pouco de Dresden e voltou ao Brasil. Após alguns dias de lavar roupa e arrumar a casa, tive mais uma pequena aventura na Saxônia, o que me faz ressuscitar o “Sächsische Tour”.
Portadores do Semester Ticket, que nos permite circular nos transportes públicos por todo o estado da Saxônia, eu e meu caro colega de classe e amigo Filipe fomos realizar um último passeio de inverno, que já se despede de nós (calma, vamos chegar lá). A ideia era que nós fôssemos esquiar e andar de snowboard, mas desde que saí de casa tinha certeza que eu não ia conseguir me equilibrar naqueles aparelhos. Na verdade, o que eu tinha mais medo era de me machucar a ponto de não poder dançar mais. Por este motivo, deixei o esqui e o snowboard para quando eu puder pegar algumas aulinhas, mas não hesitei em pegar o pequeno trenó, assim como boa parte das crianças. Pode parecer meio ridículo, mas acreditem em mim: fazia tempo que eu não ria e me divertia tanto quanto naquele dia! O Filipe já foi mais corajoso e pegou tanto os utensílios de esquiar e de snowboard. É claro, inicialmente ele teve alguns problemas de equilíbrio, mas o danado aprendeu rápido e, quando eu vi, ele já estava descendo a ladeira sem cair nenhuma vez! – Mas é sério: o trenó continuava sendo muito divertido!

Além de comermos algumas frutas que o Filipe levou, nosso almoço foi típico alemão: linguiça e batata frita. O que achei mais incrível nesse passeio é ver o número imenso de crianças nas escolinhas de esqui e indo esquiar ou só andar de trenó com os pais. Quero dizer, é meio óbvio, afinal, se eles têm a neve, eles têm de aproveita-la de alguma forma. Mas o que eu quero dizer é: assim como nossas crianças estão acostumadas a ir à praia, pular onda, pegar jacarezinho ou até mesmo surfar, as crianças daqui tem o costume de andar de trenó, esquiar ou andar de snowboard. É provavelmente aí que a gente vê como um intercâmbio é capaz de nos levar a quase que um universo diferente do nosso.



 Eu, muito danado e preparado para a minha aventura na neve!

 Geladinho... hohoh




5 de março de 2015

Proposto pela minha amiga Marcella, hoje o dia foi de passeio pelo que eu chamo de “lugares de Dresden que eu gosto”. O inverno, como eu disse, ainda não acabou, mas a primavera já faz suas primeiras manifestações. A rua do Neustädter Markt já está cheia de florzinhas pelo chão.
Bom, faço essa publicação porque se trata de um dia especial. Hoje se completam 7 meses que eu cheguei em Dresden. Isso significa: 50% do intercâmbio, levando em conta que passo aproximadamente 14 meses aqui. Para isso, eu coloco um pequeno trecho do meu diário pessoal (sim, eu tenho um diário pessoal, mas é segredo!):

“14 meses... Este é o tempo que estou passando longe da minha amada ilhazinha, Florianópolis. Para quem nunca morou fora, nunca mudou de casa ou mesmo de escola, tem sido um desafio e tanto. (...) Nesses últimos sete meses muita coisa já aconteceu. Conheci uma pá de chilenos e um suíço; participei de um grupo de sapateado regido por um búlgaro; aumentei o meu círculo da “Tap Fam”; conheci mais cinco países diferentes da Europa, aprendi um pouco de Lindy Hop; fiz muitos amigos novos; fui aprovado em matérias da faculdade, todas em Alemão; vi neve, construí um boneco de neve e andei de trenó; participei de um torneio mundial de sapateado, me apresentei em três lugares diferentes de Dresden, além de duas vezes dançar na rua sem fins lucrativos; fui a dois jogos do Dynamo; passeei pelo Striezelmarkt; patinei no gelo; fui à ópera, ao zoológico, a vários museus; aprendi a cozinhar o necessário para a vida; aprendi a tomar chá e vinho; visitei um campo de concentração; já sei falar alemão muito melhor; adicionei uma deusa para a listinha de deusas (confessem, essa é a melhor parte); fui ao cinema em alemão; raspei a minha própria cabeça; passei a virada do ano sozinho, mas o natal em família... bom, são muitas as novas experiências. Fico feliz e até surpreso em ver que foram tantas. Melhor ainda é pensar que ainda restam 7 meses para colecionar mais uma porção de experiências. Agora é contagem regressiva para o retorno ao Brasil, onde cada segundo nas terras alemãs (e eventuais outros países visitados) é precioso.”


É, meus caros! A maior parte das experiências vocês acompanham por aqui, mas acho que ninguém sabe (nem mesmo eu) o quão valiosas elas são. Eu sou muito grato por ter tido essa oportunidade na minha vida e eu espero que muitas pessoas ainda possam passar por isso.

Ufa! Acho que foi muita informação. Portanto, por hoje fico por aqui. Daqui a uns 10 dias as aulas recomeçam na universidade e a rotina deve voltar ao normal. Até lá, talvez eu ainda conte mais algumas coisinhas novas.




Beijos, abraços e saudades.