Olá amiguinhos!
Como vos disse semana passada, a “próxima publicação seria
feita em breve”. Pois bem, aqui estamos. Nessa publicação eu vou contar um
pouco das viagenzinhas que eu fiz nesse último mês que tive férias, creio que
alguns de vocês devem estar interessados em saber. Pois então, vamos lá!
Praga – República Tcheca
Depois da França, o segundo país que visitei foi a República
Tcheca, pois a capital Praga fica a 2h de ônibus daqui de Dresden. A visita foi
realizada dia 7 de fevereiro com o pai e a mãe. Nossa chegada na capital tcheca
se deu um pouco confusa, visto que não dominávamos muito bem o mapa da cidade.
Chegamos na estação de ônibus e logo fomos tentar encontrar uma orientação, mas
todas as placas estavam em tcheco. Se um dia eu achei alemão “nada a ver com a
vida” e “difícil”, é porque eu ainda não conhecia o tcheco. Tentávamos seguir
as plaquinhas de “Centrum”, pois acho que essa é a palavra mais próxima da
nossa língua que eles tinham.
Pois bem, andando um tanto, tentávamos nos aproximar da
chamada “A Zona do Agrião” (que, para aqueles que não sabem, vem a ser zonas de
mais movimento na cidade). Eis que então chegamos à Praça da “Cidade Velha”.
Ainda era cedo e as pessoas estavam começando a se mexer na cidade. Dali, fomos
ao Castelo de Praga e vimos a Catedral de São Vito.
Também em Praga, em meio às nossas (an)danças, paramos em
uma espécie de parque (que não sabemos bem qual era) para fazer um pequeno
piquenique. Comemos os nossos sanduíches, uns chocolates e amendoins que
preparamos antes de viajar.
Praga é uma cidade muito amigável e o fato de eu poder, no
mesmo dia, sair e voltar ao país que eu estou morando me deixou um pouco
confuso. É legal também que, mesmo que não tenham muitas placas em inglês, boa
parte dos tchecos falam inglês e isso nos ajuda na hora de pedir informações ou
somente um cafezinho. Presenciamos também, perto da hora de ir embora, na praça
da cidade velha, uma espécie de carnaval tcheco, mas posso dizer que é meio sem
graça se compararmos à farra que é no Brasil.
Eu, mãe e um ar de futuro próspero!
Eu, pai e um ar de "compras bem sucedidas" - mesmo que a gente não tivesse comprado nada.
Eu bem danado em Praga
Viena – Áustria
Na verdade, revisitada depois de 12 anos e alguns meses.
Quando eu estava na segunda série (isso significa, 2002), eu fazia parte do
Coral do Colégio de Aplicação, e nós tivemos a incrível oportunidade de viajar
para Viena para apresentar as músicas do Brasil e o teatro do Boi-de-Mamão em
um evento grande da ONU (até hoje nunca entendi muito bem o que foi aquilo, só
sei que fui!). Mais de uma década depois e lá estava eu, pisando nas terras
austríacas.
Em Viena, na verdade, me encontrei com o meu amigo Ricardo,
que estava dando uns “rolés” pela Europa e acabamos combinando de viajar por
alguns países. O que eu não esperava era encontra-lo num café absurdamente
fino, com várias pessoas de terno e gravata, enquanto eu estava com aquela roupa
de viagem, aquela mochila gigantesca nas costas e aquela cara de “virei a noite
dentro de um ônibus”. Depois disso, demos risada da situação, mas confesso que
na hora fiquei meio desconfortável.
Eu me lembrava claramente de dois pontos de Viena, além do
albergue que ficamos em 2002: o Palácio de Schönbrunn e a Stephansdom (Catedral
de São Estêvão). Ambas revisitadas agora em 2015. A grande novidade, dessa vez,
foi a ida à Ópera de Viena (Staatsoper), onde pudemos degustar da apresentação
de “O Lago dos Cisnes” (ou Schwanensee, em alemão – Swan Lake, em inglês). Não
sou especialista em ballet, por isso acho tudo incrível e acho que todos os
bailarinos são incrivelmente alongados e dançam lindamente.
O que eu não me lembrava da capital austríaca era da imensa
simpatia das pessoas. Quero dizer, pude ver desta vez senhores e senhoras
sorrindo nos metrôs, mesmo que várias criancinhas estivessem falando super
alto, ou mesmo o atendimento em vários dos lugares que fomos. As pessoas
conversavam com a gente na rua sem muitos problemas, quando perguntávamos
alguma coisa. A cidade respira: inspira, expira; e até transpira música. É
incrível como tudo gira em torno de Mozart, e eu acho que isso me fascinou
bastante. Viena é sem dúvidas um lugar que quero voltar a visitar – não sei se
ainda neste ano. Quem sabe daqui a mais 12 anos?
Bratislava – Eslováquia
Bom, 1h de ônibus partindo de Viena e chegamos na chamada
Bratislava, a capital da Eslováquia. Tudo relativamente “novo”, inclusive a
cidade como capital, pois antigamente era “Tchecoslováquia” e a capital era
Praga. Acho que a Eslováquia, como Eslováquia, tem praticamente a minha idade!
A visita foi curta, apenas passamos uma tarde na capital
eslovaca, e pudemos passar pelo Castelo de Bratislava, pelo Teatro Nacional e
ainda ver algo curioso: as pessoas lá gostam de fazer estátuas meio aleatórias,
sem ser aquelas homenageando algum militar ou político importante. Pois bem,
conferimos algumas das estátuas.
Duas pequenas coisas que notei foram: 1- Em Bratislava, todo
o lugar que entrávamos tocava uma série de músicas boas. Algo meio Soul/R&B
dos bons, que deixavam o momento sempre perfeito. 2- Os eslovacos me pareciam
um pouco desconfiados cada vez que pedíamos alguma informação. Faziam uma
expressão do tipo “tá legal, mas por que vocês estão aqui? Tipo, não tem nada
para fazer em Bratislava!”. – De qualquer maneira, seja lá qual for o lugar,
nós também tempos um pouco de responsabilidade por fazer dos momentos bons ou
ruins.
De Bratislava íamos ao nosso próximo destino. O que
esperávamos: um ônibus de empresa normal, tipo esses da “Catarinense”, que leva
a gente de Florianópolis pra Itajaí ou Blumenau, com o mínimo de conforto. O
que realmente aconteceu: fomos conduzidos por uma VAN da empresa (OrangeWays,
para aqueles, que pensam em viajar com ela, pensarem duas vezes) com uma galera
que falava um idioma estranho. De qualquer forma, fomos levados ao nosso
próximo destino...
Budapeste – Hungria
Antes de mais nada, devo dizer que ficamos num hostel super
simples mas muito amigável, onde os hóspedes e funcionários nos convidaram para
como se fosse um “baile” de danças tipicamente húngaras, numa espécie de
taverna. Levando em conta que estávamos em dois dançarinos, o convite era
praticamente irrecusável, por mais exaustos que já estávamos de andar por
Bratislava e tal. As danças húngaras são um tanto específicas. Pelo que eu
percebi, a mulher reage bem “brutamente” às conduções dos homens, numa música
4/4, executada por um violino, uma viola e um baixo. Tinha ainda um momento
onde os homens improvisavam quase que num diálogo com os músicos. Num desses
momentos me sugeriram (quase que me forçaram na real) a ir ~dialogar~ com os
músicos. Levando em conta que os dançarinos tinham certas percussões corporais
durante a dança deles, lá fui eu mostrar o pouco que sei de percussão corporal,
puxando depois para o meu querido sapateado. Sim! Posso dizer que improvisei
numa música húngara, numa festa húngara, no meio de uma taverna em Budapeste!
Infelizmente ninguém gravou vídeo ou bateu fotos, mas acreditem em mim: foi
legal! Só pensei que não poderia deixar essa oportunidade passar.
Sem dúvidas Budapeste é um estouro com relação a belezas
arquitetônicas e construções incríveis. O parlamento da cidade é,
provavelmente, a construção que mais chama atenção e “massageia” os nossos
olhos e a nossa alma. A Basílica também é deslumbrante e deixa qualquer um de
queixo caído e se sentindo uma formiga. Eu e o Ricardo subimos no “Fisherman’s
Bastion”, também uma bela construção de lá, e tomamos um “cafezinho” desses
finos (e caros), com uma vista maravilhosa do Danúbio, que vem a cortar, assim
como Viena e Bratislava, a capital húngara. Ainda passeamos pelo mercado de
Budapeste, bem como algumas feirinhas em certos pontos da cidade. O que ainda queríamos
ter feito, mas a curta estadia não permitiu, foi uma visita a uma das termas
que Budapeste abriga. Mas enfim, ao menos temos um motivo para voltar lá!
Pequenas observações: nem todos falam inglês em Budapeste,
mas me espanta como eles nos ajudam falando tudo em húngaro e explicando tudo
com carinho, mesmo que a gente não esteja entendendo nada. Algumas vezes tive a
impressão de que o povo parecia sempre meio cansado ou, digamos que,
conformados com a vida, como se já tivesse tudo acabado e não tivesse mais o
que fazer.
Baita vista de Budapeste, do morro da estátua da liberdade.
Cracóvia – Polônia
A mesma OrangeWays nos levou até Cracóvia, mas dessa vez num
ônibus um pouco mais em condições, mas ainda assim longe de ser confortável (e
saibam que eu nem sou exigente, é porque estava ruim mesmo!).
Cracóvia, cidade polonesa que, diz a lenda (o Ricardo, na
verdade), foi construída em cima da carcaça de um dragão.
A praça do mercado foi logo o primeiro ponto que passamos no
passeio, sendo a Igreja da Virgem Maria o que mais chama a atenção do lugar. O
mercado é muito legal e tem uma porção de artesanatos bacanas. Devo mencionar
que, até agora foi o local que eu encontrei caixinhas de música pelo preço mais
acessível (algo em torno de 3,75 euros). Passamos pelo Castelo Real da
Cracóvia. No “complexo” desse castelo tinha uma igreja, e nela estava enterrado
o Papa João Paulo II. Como bem disse o Ricardo, provavelmente aquela foi a vez
que mais “estive perto” de um papa.
Perto da Cracóvia também está localizado o maior campo de
concentração da história, o chamado Auschwitz. Bom, nós visitamos. Não é uma
visita agradável e nem sei se quero falar detalhes dela, mas acho que é
importante e interessante que ao menos se tente fazer essa visita.
Observações de sempre: é INCRÍVEL como os poloneses, em sua
maioria, são prestativos. Ao pedirmos informação para comprar um ticket, um
rapaz que esperava a namorada na estação, além de nos dar dois tickets, só
faltou levar a gente até a porta do hostel. As pessoas também falam inglês, em
sua maioria, e se não falam, têm a mesma mania dos húngaros: falar tudo na
língua deles, mas explicar tudo direitinho!
Praga – República Tcheca (revisitada)
Não sei se deveria falar muito mais da nossa visita a Praga. Visitamos as
mesmas coisas, mais ou menos. O que eu acho importante colocar é que cada vez
que visitamos um lugar, por mais frequente que seja, temos uma nova percepção
dele. Dessa vez, apesar de ter me perdido novamente ao sair da estação de
ônibus, as coisas pareciam fazer mais sentido e eu conseguia absorver alguns
detalhes que, na primeira visita, eu não tinha sequer notado.
Sächsische Tour – Altenberg
Após o tour por alguns países da Europa Oriental, Ricardo
chegou a conhecer um pouco de Dresden e voltou ao Brasil. Após alguns dias de
lavar roupa e arrumar a casa, tive mais uma pequena aventura na Saxônia, o que
me faz ressuscitar o “Sächsische Tour”.
Portadores do Semester Ticket, que nos permite circular nos
transportes públicos por todo o estado da Saxônia, eu e meu caro colega de
classe e amigo Filipe fomos realizar um último passeio de inverno, que já se
despede de nós (calma, vamos chegar lá). A ideia era que nós fôssemos esquiar e
andar de snowboard, mas desde que saí de casa tinha certeza que eu não ia
conseguir me equilibrar naqueles aparelhos. Na verdade, o que eu tinha mais
medo era de me machucar a ponto de não poder dançar mais. Por este motivo,
deixei o esqui e o snowboard para quando eu puder pegar algumas aulinhas, mas
não hesitei em pegar o pequeno trenó, assim como boa parte das crianças. Pode
parecer meio ridículo, mas acreditem em mim: fazia tempo que eu não ria e me
divertia tanto quanto naquele dia! O Filipe já foi mais corajoso e pegou tanto
os utensílios de esquiar e de snowboard. É claro, inicialmente ele teve alguns
problemas de equilíbrio, mas o danado aprendeu rápido e, quando eu vi, ele já
estava descendo a ladeira sem cair nenhuma vez! – Mas é sério: o trenó
continuava sendo muito divertido!
Além de comermos algumas frutas que o Filipe levou, nosso almoço
foi típico alemão: linguiça e batata frita. O que achei mais incrível nesse
passeio é ver o número imenso de crianças nas escolinhas de esqui e indo
esquiar ou só andar de trenó com os pais. Quero dizer, é meio óbvio, afinal, se
eles têm a neve, eles têm de aproveita-la de alguma forma. Mas o que eu quero
dizer é: assim como nossas crianças estão acostumadas a ir à praia, pular onda,
pegar jacarezinho ou até mesmo surfar, as crianças daqui tem o costume de andar
de trenó, esquiar ou andar de snowboard. É provavelmente aí que a gente vê como
um intercâmbio é capaz de nos levar a quase que um universo diferente do nosso.
Eu, muito danado e preparado para a minha aventura na neve!
5 de março de 2015
Proposto pela minha amiga Marcella, hoje o dia foi de passeio pelo que eu chamo de “lugares de
Dresden que eu gosto”. O inverno, como eu disse, ainda não acabou, mas a
primavera já faz suas primeiras manifestações. A rua do Neustädter Markt já
está cheia de florzinhas pelo chão.
Bom, faço essa publicação porque se trata de um dia
especial. Hoje se completam 7 meses que eu cheguei em Dresden. Isso significa:
50% do intercâmbio, levando em conta que passo aproximadamente 14 meses aqui.
Para isso, eu coloco um pequeno trecho do meu diário pessoal (sim, eu tenho um
diário pessoal, mas é segredo!):
É, meus caros! A maior parte das experiências vocês
acompanham por aqui, mas acho que ninguém sabe (nem mesmo eu) o quão valiosas
elas são. Eu sou muito grato por ter tido essa oportunidade na minha vida e eu
espero que muitas pessoas ainda possam passar por isso.
Ufa! Acho que foi muita informação. Portanto, por hoje fico
por aqui. Daqui a uns 10 dias as aulas recomeçam na universidade e a rotina
deve voltar ao normal. Até lá, talvez eu ainda conte mais algumas coisinhas
novas.
Beijos, abraços e saudades.