segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Os animais e a capital alemã

Olá amiguinhos!


Devo começar esta publicação sendo extremamente grato - thankful - dankbar - pelo resultado deste blog nesse primeiro período. Foram quase 400 visualizações só na primeira semana, sem contar com todas as mensagens que recebi dos meus amigos. Gente que estava tão concentrada, lendo o blog no ônibus, que quase perdeu o ponto de descida, ou que terminou de ler e queria que tivesse mais texto, ou que se emocionaram ao ler. Ainda recebi também mensagens de "apoio e força", que são sempre muito bem vindos quando estamos longe das pessoas que gostamos. Muito bem, tudo isso me deixa mais e mais empolgado para continuar escrevendo! :)



Bom, como prometido, vamos começar com...






UM DIA NO ZOOLÓGICO DE DRESDEN


Simplesmente fantástico. Acho que a última vez que eu tinha ido a um zoológico foi em 2003, e foi em Brusque. Dessa vez eu, Barbosa e Yuri visitamos o Zoo de Dresden, e que emoção! Nunca fui pensar que eu fosse ficar tão fascinado em ver uns bichinhos. Acreditem em mim: visitar um zoológico é muito legal. O cheirinho específico de animais é compensado pela alegria em ver vários seres que são do nosso mesmo reino.

Acho que os animais que mais me fascinaram foram as Girafas, os Flamingos e a Avestruz. Bom, eu tirei uma foto com cada um deles, mas a maior parte ficou na câmera do Yuri, inacessível agora. De qualquer forma vocês podem vê-los solo.











Oh Deus... Eles são lindos. E devo mencionar que eu me lembrei da Marcella, é claro.



Eu não sei o que posso comentar dessa foto. HEH ~
















BERLIM




A capital alemã fica um pouco mais ao norte da cidade de Dresden e, só nesse mês e meio, já foi meu destino por três vezes. Duas vezes para visitar parte da minha família que mora lá, a outra vez foi para "turistar" com os meus camaradas Barbosa e Yuri. Berlim, além de ter sido capital do Reino da Prússia e do Império Alemão, foi palco da Segunda Guerra Mundial e mais tarde veio a ser, provavelmente, um dos maiores símbolos da Guerra Fria, pois a cidade foi dividida em "Berlim Oriental" (parte socialista) e "Berlim Ocidental" (parte capitalista). Berlim Ocidental, na verdade, era isolada pelo famoso "muro de Berlim", o que fazia com que ela fosse uma "ilha-vitrine" no meio da Alemanha Oriental. Por este motivo, Berlim sempre foi uma cidade relativamente barata a fim de atrair moradores e consumo. 



Bom, História não é o meu forte. Vou contar mais as minhas impressões da cidade. Para mim, Berlim não tem cara de capital. É uma cidade bem planejada, cresceu de forma horizontal e não tem grandes arranha-céus. Devo mencionar também que é uma cidade muito verde, porque pelo que eu ouvi dizer, como não era possível simplesmente pegar um carro e ir ao campo ou à praia no feriado, a parte ocidental teve que investir em praças e coisas do tipo. Calçadas largas, árvores, barzinhos com as mesinhas nas ruas ilustram a cidade. Sabe todo aquele "centro de cidade" que idealizávamos em Urbanismo I? Tudo isso encontramos em Berlim. Se formos falar de transporte público então, uma eficiência sem tamanho.



Eu, Barbosa e Yuri ficamos hospedados no Kufürstendamm, num hostel que tinha lá. Bom, começamos visitando o Potsdamer Platz e sua incrível estrutura de cobertura apoiada sobre os prédios, pois além desta já ter sido inspiração para um trabalho da faculdade, o Barbosa precisava comprar um cartão de memória, daí fomos logo na Sony Center para comprar com dignidade.

Logo em seguida, passamos no famoso Portão de Brandemburgo, e então a palhaçada começou (olhar as fotos). Não é por nada não, mas eu gosto de virar de ponta cabeça nesses lugares. Quem precisa de uma foto convencional, quando se pode tirar uma de ponta cabeça? De qualquer forma, vou alternar um pouco das poses, pra não ficar sempre igual! 







E essa é a hora que nós damos um abraço no Portão de Brandemburgo!











Visitamos também o Monumento ao Holocausto, bem perto do portão. Foi uma experiência bem interessante. Eu já tinha ouvido falar sobre, mas estar lá e andar por lá foi muito legal. A medida que vamos "entrando" entre os blocos, vamos sendo isolados da cidade, tanto visual quanto sonoramente. 
Engraçado era fixarmos o olhar em uma direção e irmos andando perpendicularmente a ela: cada espaço que enxergávamos, víamos um evento diferente acontecer. Fizemos um pequeno vídeo disso, assim que eu conseguir, irei publicá-lo. Pelo que eu entendi, a ideia do projeto é trazer um desconforto ou uma confusão a quem passa por ali. Eu não sei se desconforto ou confusão são as palavras certas para descrever o que eu senti, mas eu achei um barato.




~~Aqueles misteriozinhos...













Paramos também à frente do Reichstag e ficamos algum tempo ali, curtindo o solzinho e de olho nas pessoas que, assim como nós, estavam jogadas num gramado imenso: brincando, comendo, namorando, tirando fotos ou qualquer coisa do tipo. 


Também foram destinos de visita a Torre da Televisão (apenas por fora) e a Catedral de Berlim (Berliner Dom). Nesta última, também nos pusemos no gramado e ficamos por lá mais um tempo. Ainda tivemos a sorte (pelo menos eu acho super legal) de ouvir os sinos tocarem por um longo intervalo de tempo.


Essa é para vocês verem que ainda não está na época do rabinho, mas em breve ele volta a se apresentar!











De forma geral, acho que Berlim me apresenta sempre um clima agradável, talvez porque já tenha passado um tempo lá antes. Enfim, aproveito e apresento a vocês, a minha família alemã!





Ana Rosa, Bernd e Carolina. A Carol muitos dos meus amigos já conhecem. A Ana Rosa é sua mãe e vem a ser também prima da minha mãe (filha dos meus tios Altair e Zulma, esta que é irmã da minha avó Silvia). Eles me recebem muito bem na casa deles, servem sempre um jantar de primeira ordem e ainda me dão o carinho de família que eu tanto sinto falta! Estar com eles é se sentir em casa, mesmo que eu esteja a mais ou menos dez mil quilômetros de Florianópolis. A última vez que estive com eles foi também para a primeira grande experiência de sapateado aqui na Europa: workshop com Thomas Wadelton, da Austrália. Ocorreu em Berlim, onde fui muito bem recebido por Anina Krüger e todo o seu grupo de sapateadores. Como nós comentamos lá, a gente pode não falar a mesma língua, mas os nossos pés falam por nós!









Amigos, as coisas aqui estão caminhando bem. O primeiro dia de outono já foi digno de um inverno florianopolitano. Eu sei que demorei para atualizar o blog, mas é que o cursinho intensivo de Alemão está nos seus últimos dias e eu tenho que me empenhar para poder desempenhar o idioma com um nível aceitável! Muito obrigado por todas as mensagens e comentários, peço para que continuem fazendo isso quando quiserem, pois isso realmente me incentiva a continuar escrevendo!






Antes que eu me despeça, alerto que voltarei um pouco mais gordinho.


Meus beijos, abraços e ritmos a todos vocês!


Fernando Flesch

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Primeira comunicação





Olá, amiguinhos!

Por onde podemos começar? Alguns devem estar meio confusos de tantas histórias que eu contei e de tantos planos que eu fiz. Fiquei praticamente um mês com acesso bem restrito à internet. Confesso que foi um processo de desintoxicação bem complexo. Nunca fui imaginar o quão dependente eu era dessa rede global. Ao menos serviu para que eu estivesse um pouco mais "solto" dela.
Mas bem, chega de enrolações. Vamos logo ao que interessa: as novidades!



 
CHICAGO


Dia 25 de julho eu parti de Florianópolis. Inclusive, parti "virado". Virei a noite fazendo trabalho de Projeto (ARQ). Apresentei o projeto no dia 25 pela manhã, e às 13h fui a Chicago com a turma do sapateado (Garagem da Dança). Não foi a primeira vez que fui aos Estados Unidos, muito menos a Chicago. De qualquer forma, poderia ir mais vinte vezes para lá, e em cada uma dessas vezes eu iria aprender algo novo. Chicago é uma cidade impressionante, especialmente para aqueles que estudam Design, Arquitetura e Urbanismo. 




Ah sim, à esquerda vemos a minha breve performance nas ruas de Chicago. À direita, eu... de ponta cabeça, no Jay Pritzker Pavilion.



Pela primeira vez, visitei a Sears Tower, um dos maiores prédios do mundo. Um visual incrível, mais de cem andares. Por sorte a luz não acabou e não precisamos descer as escadas (péssima piadinha).

Nessa foto à esquerda, podemos ver  os amigos de Florianópolis e alguns amigos de Araguari - MG.





É claro que eu não iria falar da ida para os Estados Unidos sem mencionar o quão legal foi o curso de sapateado. O 24º Rhythm World foi ~amazing~. Eu era um dos bolsistas do festival nesse ano, e posso afirmar que essa bolsa foi uma grande conquista e foi muito bem aproveitada. Ah sim, vocês podem conferir minha foto no mural dos bolsistas na página do evento!

 <http://www.chicagotap.org/Performance-Education-Detail-Festival/rhythm-world-2014.aspx>

Tive aulas com Nico Rubio, Daniel Borak e Sam Weber. Nesta viagem me pareceu que renovei a minha concepção sobre dança, especificamente sobre sapateado. Ainda para completar, pude estreitar os laços que tinha com pessoas queridas de Florianópolis. A maior parte das fotos que coloquei aqui foram feitas pela Juliana Wolfgramm ou, eventualmente, por mim com o auxílio da lente fish eye da Dafne. Não vou me prolongar muito nela, já vou avançando, porque assunto é o que não falta.





 Oh oh, esse foi um momento complicado. Eu me despedindo da Bianca, alguns momentos antes de pegar o vôo de volta ao Brasil. Já sinto saudades dela!
De volta ao Brasil no dia 1º de agosto, um final de semana foi pouco para me despedir de todas as pessoas que eu tinha que me despedir. Mas eu já sabia que seria assim, afinal de contas, eu optei por aproveitar o uso da minha bolsa no festival de Chicago. Por um lado essa correria toda foi muito boa, pois assim não fiquei criando expectativas com relação a minha vinda à Alemanha. Mas deu tudo certo, ainda deu tempo de marcar presença na inauguração da Cenarium e passar na praia da Armação para uma despedida dos nossos mares.


Eh eh, essa é minha amiga de infância Muriel e eu, curtindo um último dia de praia em Florianópolis (para mim).


Agora sim! Dia 4 de agosto foi dia de despedida dos amigos e também da família, nada fácil para quem viveu junto deles por anos e anos. Mas tudo foi mais fácil do que eu pensava. Entrar no avião foi tarefa simples. Uma escala no Rio de Janeiro para então partir para Frankfurt, e que escala! Fiquei praticamente um dia inteiro no Rio, o que possibilitou que eu visitasse meus tios e que eles me dessem os últimos conselhos de viagem. Ainda deu para caminhar por Copacabana e me "despedir" dos nossos mares com dignidade.






Oh não, uma cara não tão amigável. Uma cara de quem estava cansado mas mesmo assim queria curtir o Rio.















Aí sim, por volta das 22h embarquei com destino a Frankfurt, e lá ainda pegaria um vôo para Dresden. Mais ou menos 14h no total. E ainda consegui virar o meu próprio jantar (recebido no avião) em cima da minha roupa, e tive que viajar assim sujo até aqui. Muito triste! Mas a chegada foi tranquila, já tinha alguém me esperando no aeroporto que rapidamente já me apresentou a cidade e já me ajudou com algumas questões burocráticas e também com a instalação na moradia.




DRESDEN



 Dresden é uma cidade fantástica. Pertence ao lado oriental da Alemanha, à antiga DDR. Algumas vezes sinto que o fantasma do comunismo ainda perambula por essa cidade, mas a minha professora de alemão (que nasceu e foi criada na DDR) afirmou que a queda do muro e a reunificação da Alemanha foi um acontecimento maravilhoso. Dresden é a capital do estado da Saxônia, e vale mencionar também que ela foi totalmente bombardeada no final da Segunda Guerra Mundial. A cidade teve de ser reconstruída, mas alguns vestígios dessa desgraça ainda podem ser vistos aqui na cidade.



Vista do meu quarto! Choro de emoção todo o dia que vejo isso!


Heeeey...













Na verdade as aulas na faculdade ainda não começaram. Por enquanto eu estou fazendo o cursinho de Alemão que nos é oferecido aqui. A primeira semana foi uma semana de "nivelamento", e eu fui encaminhado pra uma sala onde era eu e mais 20 chilenos. 


Eegh... Aqui vocês podem ver apenas 11 chilenos, ao subirmos a torre do Residenzschloss Dresden.






Até então as coisas estavam bem complicadas, porque eu não tinha nenhum amigo por aqui. Por sorte, tenho parte da família que mora em Berlim, e meu primeiro final de semana já foi utilizado para visitá-la na capital alemã. Mas bem, depois disso eu comecei a andar com o meu grupo de amigos chilenos, e digamos que as pessoas do nosso continente latino-americano possuem o dom de acolher os outros e fazer com que eles se sintam bem. Sorrisos, abraços e bom humor são características dos chilenos, coisa que já não é muito comum aqui em Dresden. As pessoas me olhavam com um ar de reprovação no trem, nas lojas e em tudo que era lugar. A princípio eu achei que tivesse algum problema em mim, mas eles fazem isso com todos, então resolvi ignorá-los e viver a minha vida tranquilamente.

Depois dessa semana de nivelamento, fomos encaminhados para os nossos devidos níveis de alemão. Não sei como fui parar no nível B2+, o que eu considero bem difícil no alemão, pois fiquei praticamente três anos sem falar nem estudar alemão, desde que saí do Aplicação. Pelo jeito fui bem treinado lá, e assim consegui atingir esse nível, mesmo enferrujado. Bom, assim foi possível conhecer outras pessoas de outras nacionalidades, inclusive os primeiros brasileiros. De qualquer forma, os chilenos continuaram sendo meus amigos aqui e são com eles que eu mais converso. E, não! Eu não falo em Espanhol com eles, falo (ou tento falar) em Alemão. Mas volta e meia, no desespero, arranho um Espanhol.

Ah sim, no meio dessa jornada toda eu tive a sorte de receber dois dos meus melhores amigos de infância. Yuri e Barbosa também vieram para a Alemanha estudar, respectivamente, Engenharia e Física. Eles chegaram, fizeram uma bagunça absurda no meu nobre quartinho e conseguiram gastar toda a minha cota de internet em menos de 24h. De qualquer forma, não posso me queixar. Foi uma semana de gargalhadas e diversão, eles me presentearam com um par de caixinhas de som (que é o meu fiel companheiro aqui no quarto) e eles ainda abasteceram a minha geladeira com Nutella e outras porcarias que engordam. Além disso, fizemos algumas excursões super emocionantes, como o nosso final de semana em Berlim, nossa sessão de fotos "Dresden Noturna" e também nosso passeio ao Zoológico de Dresden (faço questão de fazer uma nova publicação especialmente dedicada a esta visita ao Zoológico). 


...
É...
...

Bom, nós precisamos, urgentemente, treinar esse lance de selfies com monumentos e com uma câmera profissional.














Bom, por enquanto eu deixarei somente isso registrado para vocês. Em breve mandarei mais coisas, já posso adiantar que ~nosso próximo episódio contará com a excursão a Berlim e com a visita ao Jardim Zoológico de Dresden~. Agora, com internet, tudo ficará mais fácil. Lidar com a saudade não está sendo fácil, mas tenham certeza que está sendo um aprendizado grande. Então, já deixo a mensagem: estou com muitas saudades de vocês e do meu cachorro! Já se passou um mês, só faltam mais onze para nos vermos de novo.

Um beijo grande para todos, um abraço apertado e alguma dancinha...


Fernando Flesch